Operação Camisa 2 atinge rede criminosa com ramificações no Vale do Taquari
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na quinta-feir, 19, a Operação Camisa 2, uma ofensiva de grande porte voltada ao enfrentamento de uma organização criminosa com atuação estruturada no Vale do Taquari e em outras regiões do Estado. A ação foi coordenada pela 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (3ª Din/Denarc) e teve como foco uma célula originária da zona leste de Porto Alegre, responsável pela distribuição de drogas em municípios estratégicos do interior gaúcho.
No Vale do Taquari, foram cumpridas ordens judiciais em cidades como Lajeado, Encantado e Estrela, apontadas pelas investigações como pontos relevantes na logística e na comercialização de entorpecentes. Ao todo, a operação resultou no cumprimento de 59 mandados de prisão preventiva e 94 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias e do sequestro de veículos ligados ao grupo investigado.
Até o momento, 50 pessoas foram presas. As equipes apreenderam aproximadamente 67 quilos de maconha, 66 quilos de cocaína, armas de fogo, munições, drones, equipamentos de comunicação, balanças de precisão e cerca de R$ 84 mil em dinheiro. As diligências ocorreram simultaneamente em municípios do Rio Grande do Sul, além de cidades do Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, evidenciando o alcance interestadual da organização.
Vale do Taquari no centro da distribuição
De acordo com a Polícia Civil, a investigação demonstrou que a organização utilizava municípios do Vale do Taquari como polos importantes na distribuição de drogas para diferentes regiões do Estado. Um dos episódios centrais que fortaleceram o inquérito ocorreu em maio de 2024, quando a Brigada Militar apreendeu 2,4 toneladas de maconha na BR-386, em Lajeado, e prendeu um integrante do grupo.
Segundo o delegado Joel Wagner, responsável pela investigação, a célula conhecida como “A Camisa” operava com hierarquia definida, envolvendo lideranças, gerentes regionais, intermediários financeiros e transportadores. “A atuação no Vale do Taquari era estratégica, tanto pela localização logística quanto pelo volume de distribuição”, destacou.
Organização criminosa e crimes de repercussão
Além do tráfico de drogas, a investigação aponta que integrantes da organização estiveram envolvidos em crimes de grande impacto no Estado, incluindo o roubo de R$ 30 milhões no aeroporto de Caxias do Sul, em 2024, episódio que resultou na morte de um policial militar e foi investigado pela Polícia Federal.
O grupo também é suspeito de movimentar mais de R$ 4,2 milhões em recursos ilícitos durante o período investigado, por meio de transferências bancárias e operações financeiras destinadas à lavagem de dinheiro.
Investigações seguem em andamento
A Polícia Civil reforça que as apurações continuam, especialmente para identificar outros integrantes e aprofundar o mapeamento da atuação da organização no interior do Estado, com atenção especial às cidades do Vale do Taquari. Novas fases da operação não estão descartadas.
A ofensiva é considerada uma das mais abrangentes do ano no combate ao narcotráfico no Rio Grande do Sul, com impacto direto em regiões estratégicas para o crime organizado.
Foto: Polícia Civil / Reprodução

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