Família de Muçum mobiliza campanha para tratamento de menina com síndrome rara
A pequena Alana Canal, moradora do interior de Muçum, tem apenas três anos, mas já carrega uma história de vida marcada por desafios, superações e muita força. Nascida prematura, ela foi diagnosticada com uma condição rara chamada síndrome de Hanac, que afeta o colágeno das microveias do corpo, especialmente no cérebro. O diagnóstico resultou em paralisia cerebral severa, limitando sua fala, locomoção e alimentação, que atualmente é feita por gastrostomia.
Desde o nascimento, Alana enfrenta diversas complicações de saúde, incluindo crises de epilepsia difíceis de controlar. Mesmo diante das limitações, realiza diversas terapias em Lajeado, como fisioterapia, fonoaudiologia, ecoterapia e estimulação precoce, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida.
Recentemente, a família conheceu um novo tratamento com potencial de trazer ganhos significativos: a neuromodulação, uma técnica que utiliza estímulos elétricos no crânio durante as terapias, visando avanços motores e cognitivos. A esperança é que, com o tratamento, Alana consiga desenvolver mais controle do tronco e até sentar sozinha.
Contudo, os obstáculos vão além da saúde. A família foi severamente impactada pela enchente de maio, perdendo produção agrícola, máquinas, feno já comercializado e até o acesso à própria casa. Durante o alagamento, os avós de Alana passaram dois dias sobre um galpão à espera da água baixar. Com os prejuízos acumulados, os pais não conseguem mais arcar com os altos custos dos cuidados da filha.
Tamara, mãe de Alana e técnica em enfermagem, precisou abandonar o trabalho para dedicar-se exclusivamente à filha. O pai, agricultor, também enfrenta dificuldades para retomar a produção rural. A situação se agravou no início do ano, quando Alana contraiu pneumonia, sofreu convulsões intensas e passou 25 dias internada na UTI com risco de morte. “Ela ficou irreconhecível, com órgãos comprometidos. Achei que a perderíamos, mas ela sobreviveu. Foi um milagre”, relata a mãe.
Hoje, a família busca apoio da comunidade para dar continuidade aos tratamentos e oferecer melhores condições à menina. Doações podem ser feitas via Pix ou pela plataforma Vakinha.
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