Vendaval de até 115 km/h provoca estragos no Vale do Taquari e deixa centenas sem energia
A força do vento registrada na tarde de segunda-feira, 15, causou uma série de danos em municípios do Vale do Taquari e de outras regiões do Rio Grande do Sul. Em Lajeado, rajadas chegaram a 115,8 km/h, conforme medição da estação da Prefeitura, instalada junto ao heliponto do Hospital Bruno Born, no Centro da cidade. O vendaval derrubou árvores, destelhou residências, interrompeu o fornecimento de energia elétrica e impactou o trânsito urbano.
Outras estações também registraram ventos intensos. No Núcleo de Informações Hidrometeorológicas da Univates (NIH), no Bairro Universitário, a rajada máxima foi de 80,5 km/h. Já em Estrela, o vento alcançou 92 km/h na estação localizada junto ao prédio da antiga Polar. Por volta das 18h, a Defesa Civil Regional confirmava ocorrências em pelo menos quatro municípios do Vale do Taquari, Arroio do Meio, Estrela, Lajeado e Encantado, além de cidades do Vale do Rio Pardo atendidas pelo órgão.
Em Lajeado, árvores foram derrubadas em diferentes pontos. No Bairro Olarias, uma árvore de grande porte foi arrancada praticamente pela raiz na Praça Clara Maria Schorr, atrás do ginásio da Escola Nova Viena. Próximo ao local, uma residência teve o telhado danificado e recebeu lona de forma preventiva. No Bairro Universitário, um pinheiro de grande porte caiu sobre a rede elétrica na Avenida Senador Alberto Pasqualini, deixando moradores sem luz.
Em Estrela, houve registro de danos em telhados no Bairro Cristo Rei e na localidade do Costão, com quebra de telhas. As equipes da prefeitura atuaram nos locais para avaliação e reparos. Já em Arroio do Meio, quatro casas da Barra do Forqueta sofreram destelhamento parcial. Quedas de árvores e galhos provocaram obstrução parcial da Rua da Medianeira, na ERS-130, e no acesso à Ponte de Ferro. Moradores do Centro e do Bairro São José também ficaram sem energia.
O vendaval impactou ainda a mobilidade urbana. Em Lajeado, semáforos da Avenida Benjamin Constant, nos cruzamentos com as ruas Pinheiro Machado e Saldanha Marinho, passaram a operar em amarelo piscante. O mesmo ocorreu no conjunto semafórico das avenidas Amazonas e Alberto Pasqualini, em razão da queda de árvore sobre a fiação. A prefeitura trabalhou para normalizar o funcionamento ainda na noite de segunda-feira.
A interrupção no fornecimento de energia foi um dos principais reflexos do temporal. A Certel informou que, no pico da tempestade, mais de 24 mil associados ficaram sem luz. Às 18h, cerca de 9 mil clientes ainda estavam sem energia em 25 municípios, sendo 17 no Vale do Taquari. Entre as cidades afetadas estavam Lajeado, Estrela, Encantado, Arroio do Meio, Teutônia, Marques de Souza e Progresso, entre outras. A cooperativa destacou que todas as equipes foram mobilizadas para restabelecer o serviço com a maior brevidade possível.
A RGE também registrou impactos expressivos. Segundo a concessionária, no auge do temporal, por volta das 16h, aproximadamente 173,8 mil clientes ficaram sem energia elétrica. No início da noite, cerca de 103 mil ainda permaneciam desligados, principalmente nas regiões do Vale do Taquari, Vale do Sinos, Vale do Rio Pardo e Região Metropolitana.
Conforme balanço da Defesa Civil Regional, os registros no Vale do Taquari incluíram quedas de árvores, danos leves em residências, alagamentos pontuais e falta parcial de energia. Em outras regiões do Estado, o cenário foi semelhante, com casas destelhadas, escolas atingidas, vias bloqueadas e interrupções no fornecimento elétrico.
De acordo com a Defesa Civil estadual, ao menos 50 municípios gaúchos tiveram algum tipo de dano provocado pelas tempestades de segunda-feira, sendo 28 com impactos mais significativos. Em Porto Alegre, uma mulher precisou de atendimento médico após ser atingida por um galho de árvore no Centro Histórico.
Os vendavais, que chegaram a 130 km/h em algumas localidades, foram provocados pelo avanço de uma frente fria associada ao calor intenso registrado ao longo do dia. Especialistas apontam que as altas temperaturas potencializaram a instabilidade atmosférica. Apesar da força do vento, os volumes de chuva foram, em geral, baixos, com alagamentos isolados e registros pontuais de granizo.
Para esta terça-feira, 16, a tendência é de afastamento da frente fria, embora ainda haja possibilidade de chuva em pontos do Norte, Nordeste e Leste do Estado, especialmente pela manhã. Ao longo do dia, o tempo deve melhorar, com queda nas temperaturas e máximas mais amenas em grande parte do Rio Grande do Sul.
Foto: Divulgação

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