Últimas Notícias

Operação encontra R$ 411 mil em escritório de ex-prefeito de Lajeado

 

Ação apura contratos superfaturados firmados após as enchentes de 2024; material apreendido pode revelar vínculos entre empresas e gestores públicos

A Polícia Federal apreendeu R$ 411 mil em espécie no escritório de advocacia do ex-prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, durante a Operação Lamaçal, deflagrada na manhã desta terça-feira, 11. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Marcondes Silva, que afirmou que o ex-gestor é um dos principais alvos da investigação, devido à possível ligação com uma das empresas contratadas pela prefeitura após a enchente de 2024.

A operação, coordenada pela Delegacia da PF de Santa Cruz do Sul, apura desvios de recursos federais repassados ao município pelo Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Segundo as investigações, contratos firmados durante o estado de calamidade apresentaram valores muito acima do mercado e indícios de direcionamento nas licitações. Em apenas dois desses contratos, o valor total ultrapassa R$ 120 milhões.

Durante o cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão em Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Carlos Barbosa, Guaporé, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre, a PF também bloqueou R$ 4,5 milhões em bens, apreendeu nove veículos, celulares, documentos físicos e digitais.

O setor de Licitações da Prefeitura de Lajeado foi o único órgão público alvo da operação. O delegado destacou que não há, até o momento, indícios de envolvimento de gestores municipais de Muçum e Encantado, onde também ocorreram diligências. Na Serra Gaúcha, uma pessoa foi presa em flagrante por posse irregular de arma de fogo, fato que não está diretamente ligado à investigação principal.

A Operação Lamaçal busca esclarecer a relação entre agentes públicos e empresários que podem ter se beneficiado de contratos emergenciais firmados durante o período de reconstrução pós-enchente. O próximo passo será a análise do material apreendido e a oitiva dos investigados, que deve aprofundar as conexões entre os gestores e as empresas investigadas.

Foto: Polícia Federal / Reprodução

Nenhum comentário