Últimas Notícias

Fila do INSS dispara e cresce 10% ao mês: alta demanda pressiona governo e leva órgão a pedir mais recursos


Número de novos pedidos de aposentadoria e benefícios chega a 1,3 milhão por mês; presidente do INSS aposta em tecnologia e reforço orçamentário para conter avanço das solicitações.

A fila de pedidos de aposentadoria, pensões e outros benefícios no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não para de crescer. Desde maio, o volume de novas solicitações tem aumentado cerca de 10% a cada mês, segundo o presidente do órgão, Gilberto Waller Júnior. O número, que antes girava em torno de 1 milhão, já ultrapassa 1,3 milhão de requerimentos mensais.

Para enfrentar a sobrecarga, Waller pediu reforço orçamentário aos ministérios da Previdência, da Casa Civil e da Fazenda. O governo já liberou R$ 287 milhões, destinados à manutenção das agências, à Central 135 e ao pagamento de bônus a servidores. Uma nova liberação, de R$ 63 milhões, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União no dia 7 de novembro, para custear perícias judiciais, limpeza e segurança dos postos.

Apesar dos aportes, o montante ainda não é suficiente para retomar o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), que oferecia bônus por produtividade aos servidores. O programa foi suspenso em outubro após o INSS não receber os R$ 89 milhões solicitados. A expectativa é que o PGB volte em 2026, com previsão de R$ 100 milhões em novos recursos.

Atualmente, 2,6 milhões de segurados aguardam resposta para seus pedidos. O presidente reconhece o desafio, mas afirma que o tempo médio de concessão caiu para 42 dias, o menor já registrado — abaixo do limite legal de 45 dias. “Hoje, com o uso de inteligência artificial e sistemas automatizados, conseguimos liberar benefícios simples em até 48 horas”, ressalta.

Entre as causas do aumento na procura está a nova regra do salário-maternidade para autônomas, que passou a permitir o benefício com apenas uma contribuição ao INSS. A mudança, determinada pelo Supremo Tribunal Federal, levou muitas seguradas que tiveram filhos nos últimos cinco anos a reivindicarem o direito retroativamente.

“O salário-maternidade gerou uma demanda represada significativa”, explica Waller, lembrando que o órgão tem recorrido à robotização e análise digital para evitar novos gargalos.


Nenhum comentário