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Polícia Federal investiga ex-prefeito de Lajeado por suspeita de desvio de recursos destinados às enchentes de 2024

 

Operação Lamaçal cumpre 35 mandados em nove cidades e apura fraudes em contratos de R$ 120 milhões firmados durante a gestão de Marcelo Caumo

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira, 11, a Operação Lamaçal, que apura supostos desvios de recursos federais repassados ao município de Lajeado após as enchentes de maio de 2024. O principal alvo da investigação é o ex-prefeito Marcelo Caumo, atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Estado.

As verbas investigadas têm origem no Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e teriam sido destinadas à contratação emergencial de serviços terceirizados durante o estado de calamidade pública. Segundo a PF, há indícios de fraudes em licitações, sobrepreço e lavagem de dinheiro.

Mandados e bloqueios milionários

A operação cumpre 35 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), além do bloqueio de ativos de até R$ 4,5 milhões e o sequestro de 10 veículos.

As ações ocorreram em Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Porto Alegre. Em Lajeado, agentes da PF estiveram na Prefeitura, na Câmara de Vereadores e em endereços ligados à empresa Arki, também alvo da operação.

De acordo com o inquérito, a licitação investigada envolvia a contratação de uma empresa responsável por fornecer psicólogos, assistentes sociais, educadores sociais, auxiliares administrativos e motoristas. A dispensa de licitação, feita com base no decreto de calamidade, teria ocorrido sem observância da proposta mais vantajosa e com valores acima do mercado. O montante total dos contratos chega a R$ 120 milhões.

Posicionamentos oficiais

Em nota, a Prefeitura de Lajeado informou que as diligências da PF ocorreram no setor de Licitações, envolvendo contratos de gestões anteriores, e que o município colabora integralmente com as autoridades, reafirmando seu compromisso com a transparência e a legalidade.

O Governo do Estado também divulgou comunicado esclarecendo que a investigação não tem relação com a atuação de Caumo como secretário estadual, e que os fatos investigados dizem respeito ao período em que ele era prefeito de Lajeado. A nota reforça a disposição do Estado em cooperar com as investigações e destaca o direito de defesa e o contraditório.

Desdobramentos da operação

Batizada de Lamaçal, a operação contou com 92 policiais federais e três auditores da Controladoria-Geral da União (CGU). A PF afirma que o nome faz alusão tanto ao contexto das enchentes quanto às suspeitas de irregularidades envolvendo os recursos públicos destinados à recuperação do município.

Os investigados poderão responder pelos crimes de desvio de verbas públicas, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. As investigações seguem em andamento sob coordenação da Polícia Federal de Santa Cruz do Sul.

Foto: Polícia Federal / Reprodução

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