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Universidade Federal de Juiz de Fora investiga caso de mulher que teria vivido sete décadas sem se alimentar

 

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) deu início a um estudo inédito sobre a vida de Floripes Dornellas de Jesus, conhecida como Lola, mulher mineira que teria passado quase 70 anos sem ingerir alimentos ou líquidos, sobrevivendo apenas da hóstia consagrada, segundo relatos históricos. Paraplégica desde a adolescência, ela viveu até 1999, em Rio Pomba (MG), e é hoje considerada candidata à santidade pela Igreja Católica.

A investigação é conduzida pelo Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (Nupes), vinculado à Faculdade de Medicina da UFJF, e busca compreender o fenômeno sob um olhar científico. O grupo pretende analisar documentos históricos, prontuários médicos e depoimentos de testemunhas para verificar a plausibilidade dos relatos atribuídos a Lola, que também teria permanecido longos períodos sem dormir.

O trabalho é liderado pelo psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, referência nacional em estudos sobre espiritualidade e saúde, e conta com a participação do gastroenterologista Julio Chebli, do estudante de Medicina Caio Almeida e do geriatra Cláudio Bomtempo, que acompanhou a saúde de Lola por cerca de cinco anos.

A pesquisa busca compreender os limites entre fé, fenômenos clínicos e explicações fisiológicas, sem o objetivo de comprovar milagres, mas de oferecer uma análise técnica sobre um dos casos mais curiosos da religiosidade popular brasileira.

Floripes Dornellas atraiu milhares de devotos durante sua vida e continua sendo alvo de peregrinações. Seu processo de beatificação está em andamento na Igreja Católica, e o estudo da UFJF deve contribuir com subsídios históricos e médicos para a avaliação do caso.

Foto: Reprodução

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