Uma reunião realizada na quarta-feira, 23, com a Secretaria de Reconstrução do Estado, marcou a apresentação do aguardado estudo regional sobre o Volume Diário Médio (VDM) nas rodovias do Bloco 2. Considerado peça-chave na tentativa de garantir uma tarifa de pedágio mais acessível, o levantamento acabou frustrando expectativas ao apresentar resultados praticamente equivalentes aos dados oficiais do governo estadual, quando aplicados os mesmos critérios técnicos.
A expectativa de encontrar discrepâncias relevantes entre os levantamentos regionais e os dados do Estado, que sustentassem tecnicamente a reivindicação por uma tarifa inferior a R$ 0,19 por quilômetro rodado, não se confirmou. O estudo independente foi realizado em seis pontos – Venâncio Aires, Estrela, Arroio do Meio, Passo Fundo, Coxilha e Serafina Corrêa – com medições ininterruptas por sete dias consecutivos, durante 24 horas por dia.
Embora o levantamento regional não tenha considerado fatores como sazonalidade, rotas de fuga e multiplicadores por eixo, presentes nos estudos contratados pelo BNDES, os dados, ao serem equalizados por critérios técnicos, demonstraram pouca variação. A constatação levou a uma manifestação de frustração por parte do grupo de trabalho, composto por representantes de entidades industriais, comerciais, municipalistas e legislativas da região, que divulgaram nota oficial no final do dia.
A ausência de uma diferença expressiva nos números do VDM limita a capacidade de argumentação técnica da região na tentativa de reverter ou reduzir o valor da tarifa proposta. A estimativa estadual prevê a cobrança de R$ 0,19 por quilômetro rodado, o que segue sendo considerado elevado pelos líderes regionais, mesmo diante da escassez de embasamento técnico para contestação.
Ainda assim, os integrantes do grupo afirmam que continuarão analisando o projeto para encontrar alternativas de revisão de custos, modelos ou formas de reduzir impactos. A Secretaria da Reconstrução, por sua vez, mantém a posição de que a modelagem do projeto está tecnicamente embasada e adequada à proposta de concessão.
O edital segue com previsão de ser publicado ainda neste mês. Caso o cronograma se mantenha, o leilão das rodovias deve ocorrer entre outubro e novembro, com a nova concessionária assumindo os trabalhos a partir de janeiro de 2026. O modelo de concessão proposto prevê investimento público inicial de R$ 1,5 bilhão por meio do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) e aportes totais de R$ 5,8 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão.
Foto: Reprodução
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