Revisão do plano de concessão do Bloco 2 das rodovias segue sem prazo definido
O governo do Rio Grande do Sul ainda não confirma em que etapa está a revisão do plano de concessão das rodovias do Bloco 2, após as alterações solicitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A Secretaria da Reconstrução informou que só irá se manifestar após a publicação do edital, o que mantém o processo sem data prevista e aumenta a incerteza sobre o cronograma.
A indefinição preocupa lideranças regionais e entidades empresariais que acompanham o projeto desde 2021. O grupo Pedágio Justo, formado por prefeitos e representantes do setor produtivo, cobra maior transparência e afirma que a falta de informações claras compromete a credibilidade do processo. Em ofício encaminhado ao secretário Pedro Capeluppi, o grupo solicita detalhes sobre as mudanças realizadas após a análise do TCE, especialmente em relação às tarifas e às obras incluídas ou excluídas do pacote.
O relatório técnico do Tribunal de Contas apontou a necessidade de revisar o cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital (WACC), que define a remuneração do investidor e influencia diretamente o valor máximo da tarifa. A auditoria também identificou falhas em planilhas de engenharia, duplicidade de serviços e orçamentos de pontes sem justificativa técnica. Segundo o TCE, as correções poderiam reduzir o pedágio projetado em até 8% e gerar economia estimada em R$ 1 bilhão ao longo dos 30 anos de contrato.
Apesar de o governo não admitir oficialmente, a expectativa é de que o leilão fique para 2026. O edital, uma vez ajustado, precisará passar por nova análise do TCE antes da liberação. Além disso, a legislação exige que o documento permaneça aberto por 90 dias para consultas e habilitação de empresas, inviabilizando a realização da concorrência ainda neste ano.
A concessão do Bloco 2 abrange 415 quilômetros de rodovias em 32 municípios dos vales do Taquari e Caí, com investimento previsto de R$ 5,8 bilhões. Entre as obras mais esperadas estão as duplicações da ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio, e da RSC-453, conhecida como Rota do Sol.
Foto: Daer / Divulgação

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