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Lula anuncia Guilherme Boulos como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou na segunda-feira, 20, a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, pasta encarregada da interlocução com os movimentos sociais e com setores organizados da sociedade civil. A decisão foi formalizada durante reunião no Palácio do Planalto, que durou cerca de uma hora e meia.

Boulos assume o posto que vinha sendo ocupado desde o início do governo por Márcio Macêdo (PT-SE), aliado histórico de Lula e responsável pela articulação com entidades sindicais e populares. A mudança marca a entrada do PSOL na estrutura ministerial do governo e ocorre em um momento de reaproximação política com setores da esquerda, já projetando o cenário eleitoral de 2026.

Com 42 anos, Boulos é uma das figuras mais conhecidas da esquerda brasileira. Formado em Filosofia e mestre em Psiquiatria, ele construiu sua trajetória no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), tornando-se um dos principais defensores da reforma urbana e da ampliação de políticas de habitação. Em 2018, disputou a Presidência da República, e em 2020 e 2024, concorreu à Prefeitura de São Paulo, ficando em segundo lugar nas duas últimas eleições. Em 2022, foi eleito deputado federal mais votado do estado de São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.

A escolha de Lula é vista como uma tentativa de reforçar o diálogo do governo com os movimentos sociais, após críticas internas sobre o enfraquecimento da mobilização popular em torno do Executivo. A Secretaria-Geral é um dos cinco ministérios localizados dentro do Palácio do Planalto, o que garante ao novo ministro acesso direto ao presidente.

Com a nomeação, Boulos deverá deixar a Câmara dos Deputados, abrindo espaço para o suplente Ricardo Galvão (Rede-SP). Aos 77 anos, Galvão é físico e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ficou nacionalmente conhecido em 2019, quando enfrentou o então presidente Jair Bolsonaro ao defender os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o aumento do desmatamento na Amazônia.

Márcio Macêdo, por sua vez, deixa o governo após quase dois anos à frente da pasta. Ex-deputado federal e dirigente do PT, foi um dos responsáveis pela organização da campanha de Lula em 2022 e pela realização do G20 Social, em 2024. Sua saída ocorre em meio à reorganização interna do governo e à preparação para uma nova fase política no Planalto.

Foto: Ricardo Stuckert / PR / Reprodução

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