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Ex-secretária de Canoas é indiciada por esquema de abate irregular de animais e falsificação de documentos


A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu o inquérito que investiga denúncias de maus-tratos e irregularidades na Secretaria de Bem-Estar Animal de Canoas e indiciou a ex-titular da pasta, Paula Lopes, por associação criminosa, falsidade ideológica e maus-tratos a animais. A investigação aponta que ela teria liderado um esquema de abate irregular de cães durante o período em que esteve à frente da secretaria.

Além de Paula, outras duas pessoas foram indiciadas: o marido dela, Marcelo Vieira, por associação criminosa, e a médica veterinária Tainara Harth, responsável técnica da pasta, pelos mesmos crimes atribuídos à ex-secretária. Embora sem ocupar cargo público, Vieira atuava informalmente dentro da secretaria. Todos os indiciados responderão ao processo em liberdade, já que, segundo a Polícia Civil, não há indícios de tentativa de fuga.

As investigações começaram após denúncias feitas por servidores da própria secretaria, que relataram o desaparecimento de animais recolhidos das ruas. De acordo com a delegada Luciane Bertolletti, responsável pelo caso, o número de eutanásias realizadas durante a gestão de Paula Lopes chamou a atenção: em apenas oito meses, foram registrados 478 procedimentos, número considerado muito acima da média esperada para o período. Os corpos dos animais eram enviados a uma universidade para incineração.

A polícia também apura o desvio de recursos arrecadados em campanhas públicas. Conforme o inquérito, a ex-secretária utilizava perfis nas redes sociais para pedir doações destinadas ao tratamento de animais doentes, recolhidos pela secretaria ou por sua ONG particular. Entretanto, os animais desapareciam após a coleta das quantias. O dinheiro, segundo a investigação, era transferido via Pix para a conta da própria organização. Durante o cumprimento de mandados de busca, foram encontrados cerca de R$ 100 mil em espécie na casa da ex-secretária.

Paula Lopes comandou a Secretaria de Bem-Estar Animal entre janeiro e agosto deste ano, quando foi exonerada após o início das apurações. A prefeitura de Canoas informou que as servidoras envolvidas foram afastadas e que a gestão municipal está colaborando com as investigações.

A Polícia Civil encaminhou o inquérito ao Ministério Público, que agora deve decidir se oferece denúncia formal à Justiça.

Foto: Reprodução

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