Silas Malafaia fica em silêncio em depoimento à PF e vira alvo central em inquérito que investiga coação ligada ao caso Bolsonaro
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, manteve silêncio durante depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira, após ter celulares apreendidos em operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele alegou que não teve acesso aos autos do inquérito, mas declarou que pretende se manifestar futuramente às autoridades.
A investigação apura crimes de coação no curso do processo relacionados à tentativa de golpe de Estado que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo. Segundo a Procuradoria-Geral da República, mensagens e publicações revelam que Malafaia atuou como “orientador e auxiliar” de ações de pressão contra autoridades, em parceria com Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Como medida cautelar, o pastor está proibido de deixar o país e de manter contato com outros investigados.
Conflito exposto em áudios
Paralelamente, vieram a público áudios em que Malafaia chama Eduardo Bolsonaro de “babaca” e ameaça “arrebentar” com o parlamentar em vídeo, durante uma conversa com Jair Bolsonaro. O conteúdo teria relação com tarifas impostas pelos Estados Unidos contra o Brasil.
A repercussão levou Eduardo a gravar um vídeo em defesa do pastor. Apesar das ofensas reveladas, o deputado afirmou que as medidas contra Malafaia são fruto de uma “cortina de fumaça” criada pelo Supremo e classificou as restrições como ato de “desespero”.
Nos áudios, localizados pela PF no celular de Bolsonaro, a tensão interna entre aliados se soma ao cerco jurídico que avança sobre o ex-presidente, seu filho e figuras próximas. O material foi anexado ao relatório.
Foto: Reprodução
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