Ex-deputada Juliana Brizola é indiciada por suspeita de se apropriar de valores da avó de 99 anos

 

A ex-deputada estadual e pré-candidata ao governo do Rio Grande do Sul, Juliana Brizola (PDT), foi indiciada pela Polícia Civil sob suspeita de se apropriar de recursos pertencentes à sua avó materna, Dóris Daudt, de 99 anos. A investigação, conduzida pela Delegacia de Proteção ao Idoso, analisa movimentações financeiras consideradas irregulares em uma conta conjunta mantida entre as duas.

De acordo com o inquérito, o tio de Juliana, Alfredo Daudt Júnior, que atua como curador da idosa, constatou saldo negativo de cerca de R$ 44 mil, apesar de a avó ter recebido uma indenização de R$ 1,8 milhão e uma pensão mensal de R$ 25 mil. O denunciante também apontou transferências e empréstimos sem relação com os cuidados da idosa, o que levou à abertura da investigação.

A defesa de Juliana Brizola, representada pelo escritório Aury Lopes Jr Advogados, nega qualquer irregularidade e afirma que o caso trata-se de um conflito familiar que deve ser discutido na esfera cível. Em nota, a ex-deputada alegou que há mais de duas décadas é responsável pelos cuidados da avó e que a conta conjunta foi aberta em 2018, durante seu mandato parlamentar, com movimentações de ambas as partes.

“Sou a única familiar que vive em Porto Alegre e que acompanha diariamente sua vida, sua rotina e seus cuidados com a saúde. Desde jovem, mantemos uma relação profundamente afetiva e materna”, declarou Juliana, lamentando o vazamento de informações que classificou como “íntimas” e o possível uso político do caso.

Os advogados de Alfredo Daudt Júnior, Andrei Zenkner Schmidt e Bruna Aspar Lima, afirmam que o inquérito reúne provas documentais e testemunhais que comprovam a apropriação, e pedem o envio do caso ao Ministério Público, que decidirá se oferecerá denúncia à Justiça.

O episódio ocorre em meio ao período pré-eleitoral e tem gerado forte repercussão política. Juliana Brizola, neta do ex-governador Leonel Brizola, aparecia na liderança da pesquisa Quaest de agosto, com 21% das intenções de voto para o governo do Estado, seguida pelo deputado Zucco (PL), com 20%, e Edegar Pretto (PT), com 11%. O indiciamento deve impactar os desdobramentos da corrida eleitoral nos próximos meses.

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